Memórias do parto

26.4.17
É inevitável o meu coração hoje não ter batido de uma forma diferente...

Há precisamente um ano estava a horas de conhecer o Baby FM.

Lembro-me que foi um dia que custou a passar e que estava constantemente a pensar no momento que entrava em trabalho de parto. Calcei uns ténis vesti umas calças confortáveis, uma t-shirt do B e lá fui caminhar, subi escadas até mais não, cheguei a perder a conta das vezes que subi e desci tantas escadas, mas mesmo assim continuava sem sinal do baby querer nascer.

Confesso que a ideia do meu parto ser induzido não me deixou muito animada, sou de opinião que devemos deixar a natureza tratar do assunto mas em contrapartida e por confiar tanto no meu obstetra deixei-me levar pelo seu conselho. Talvez se fosse hoje pedia-lhe para esperar mais um pouco pois todo o processo de indução do parto é algo anti-natura que não me deixou boas recordações.

Não que tenha sido mais doloroso que o do T mas todas as dores e contrações deixam de ser naturais e passam a ser impostas por nós.

Para mim o pior momento, foi aquele em que me arrebentaram as águas, não que fosse uma dor física mas sim uma grande dor no coração. Foi inevitável não pensar no meu filho, estava a força-lo a algo que ele ainda não estava preparado e a tirar-lhe todo o líquido que o protegia.

Depois a sucessão de toques a que fui sujeita para ver a dilatação deixaram-me exausta. Cada vez que a enfermeira ou o meu obstetra entravam na sala, congelava tal eram as dores.

Foram momentos de tensão. De ver as horas a passar e nada evoluir, até que o CTG acusa dificuldades no batimento cardíaco e fui levada de urgência. Podem ver tudo aqui.

Contudo não foi um parto traumatizante apenas não foi tão natural como o desejado.

De tudo o que menos gostei foi saber que o meu filho iria nascer naquele dia, embora seja uma pessoa muito pragmática, há coisas que não devem ser programadas e o nascimento de um filho é um deles, o saber o dia dá-nos margem para pensar em todas as coisas menos boas que podem acontecer no parto e isso deixa-nos ansiosas e muito nervosas.

Se do T eu estava super tranquila, do Baby FM só descansei quando o vi e abracei.

Hoje deito-me com a memória de ter  no hall a mala da maternidade pronta para quando me levantasse.

Tenho saudades de o ter na minha barriga, daqueles pontapés, das nossas conversas, de sermos só nós.

Amanhã quando acordar, não tenho nenhuma mala da maternidade à minha espera mas sim o meu baby ao meu lado com um sorriso que me derrete.

Agora vou aproveitar os últimos minutos dos seus 11 meses.

Boa noite







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