Sair sem planos

30.9.19
Mesmo sem grandes planos o importante é ir porque ficar com duas crianças que por sinal são imparáveis em casa é sempre sinal de um desgaste mental muito grande.

E isto é válido para nós e para eles. Pelo menos na nossa família.

Os fins-de-semana são passados ao ar livre, com pouca ou nenhuma tecnologia, com natureza e muita roupa suja.

Sinto que em casa ficamos psicologicamente cansados, saturados se sem paciência. Por isso a palavra de ordem é sair, mesmo que isso implique não ter planos.

Estão numa fase muito gira, mas muito difícil.

E por aí como fazem?









3 Meses

27.9.19
Parece que foi ontem que andava pela praia e que subia escadas vezes sem conta só para que nascesse.

Hoje já faz 3 meses.

Quando se fala de maternidade o tempo é veloz e chega a cortar a respiração.

Ao terceiro tudo é mais rápido, nascem a saber viver, ou somos nós que vivemos de outra forma, não sei.

Só sei que faz três meses e parece que tem seis. Segue-me com os seus olhos expressivos para todo o lado e ouve como ninguém, já faz gracinhas e adora que fale para ela e lhe conto os meus maiores segredos.

Sinto-a calma, no meio de toda esta agitação familiar, o que me tranquiliza como mãe.

Consegue ser o melhor de mim e estes três meses têm sido especiais. Sem grandes aventuras e olheiras mas com aquele cansaço bom.






Fofo | Avó Tátá

Placa | Caturra

Como arruinar com a reputação de um homem em três tempos

26.9.19
Os Homens são incríveis na sua forma de ser. Diferentes das Mulheres, em tudo! Não sei se é bom ou mau mas é a realidade.

Eles são objetivos, não perdem tempo com mesquinhices, simplificam (muitas vezes demais) e para eles o certo é o nosso errado.

Reclamamos que vêm mal habituados das mães mas como mãe de menino já consigo dar algum desconto (mas pouco).

O assunto maridos faz sempre parte das tertúlias entre amigas e é coisa para horas a fio de conversa. Viram uma anedota de tanta coisa inacreditável. Voltamos para a nossa casa e percebemos que afinal o nosso marido não é o "pior" comparativamente com o das amigas.

Isto porque passamos o tempo a achar que o marido da amiga é sempre o mais querido, o mais romântico, o mais arrumadinho, o mais responsável, o mais tudo. E tudo porque só vemos aquele lado mais cor-de-rosa, não vemos as meias esquecidas pela casa e a toalha de banho em cima da cama.

Por tudo isto decidi, em modo brincadeira, (porque a vida é muito melhor se a levarmos a rir) fazer uma lista das coisas que arruina por completo a reputação dos nossos maridos, mas em público, para todos lerem.

Importante dizer que não fui eu que inventei, foi tudo dito por vocês, eu só reproduzi...e concordei, claro! Obrigada por todas as vossas mensagens, vocês são um máximo!

Estão preparadas?!?

  • Muito calmos. Demasiado. Nós cheias de pressa e eles a pedirem autorização a um pé para avançar com o outro.
  • Falta de pontualidade. Para eles a vida é feita com muita calma, não chegam à hora, não faz mal, a vida é para ser vivida um dia de cada vez.
  • Meias, muitas meias no chão. E quando as metem para lavar (caso raro) estão todas enroladinhas, como se de uma bolo se tratasse.
  • Deixar as embalagens vazias. É mais fácil ter alguém que as reponha. Mas até consigo compreender, afinal não sabem onde estão as coisas.
  • Deixar a roupa toda desarrumada. Mas isto tem explicação, eles consideram a roupa como um ser vivo, que anda e que volta para os cabides ou roupa suja.
  • E quando usam como defesa uma coisa que deixamos desarrumada em prol das suas 500 coisas?
  • Onde está? É talvez das perguntas mais proferida pelos homens. Na maioria das vezes dá tanto trabalho explicar, que avançamos nós. Sim, porque a probabilidade de não encontrarem é muito elevada. 

Coração no Bolso

25.9.19

A entrada no jardim de infância/escola é, geralmente, uma fase que trás bastantes desafios para todas as famílias e por vezes, vivida com bastante ansiedade e medo por parte de todos

Quando a criança é bebé não se apercebe tanto destas mudanças, desde que as suas necessidades sejam asseguradas. Todavia, a partir dos 2/3 anos, as crianças manifestam sintomas por vezes difíceis de gerir por parte das famílias: choro, birras, alterações no sono, possíveis retrocessos na enurese e ecoprese, necessidade maior de chucha, febres, dores de barriga, dores de cabeça, etc. Estes sintomas podem ocorrer em cada mudança de ciclo/escola, principalmente em crianças que vivenciam as mudanças com maior ansiedade.

Quanto aos adultos, os sintomas são um bocadinho diferentes mas também existem: ansiedade, sentimento de culpa, tristeza, entre outros. O momento de separação da criança, deixá-la ao cuidado de pessoas inicialmente estranhas, a adaptação ao espaço, aos colegas, as dúvidas se irá gostar ou não, se vai progredir, etc. E mais difícil, todas estas vivências longe do olhar e do colo do pai e da mãe.

Após algumas semanas, com a interiorização das novas rotinas e com a adaptação a todas as novidades, corações de pais e filhos tornam-se mais tranquilos e os sorrisos vão aumentando de dia para dia.

Para facilitar esta fase de transição, sugerimos-lhe a técnica do coração de bolso, um coração (ou outra forma que queira dar), construído especialmente por si com todo o amor e atenção. Esta técnica é muito fácil (mesmo para quem possa não ter tanto jeito para trabalhos manuais) e poderá ser uma excelente ajuda para acalmar os corações dos pequeninos.

Precisa apenas de 15 minutos para fazê-lo!

Materiais necessários:
  • Tesoura
  • Pedaços de feltro/tecido/placa eva 
  • Agulha e linha para coser 
  • Enchimento para o coração (fibras, algodão,etc) 
  • Perfume da mãe/pai (opcional) 
Fonte: Lisbon South Bay


Como fazer o coração de bolso?
  • Cosa tudo à volta e deixe apenas 2 cm abertos para poder introduzir o enchimento.
  • Encha o seu coração de bolso, com muitos abraços, beijinhos e todo o carinho que verdadeiramente sente pelo seu pequenino. 
  • Depois de cosido todo em volta, o seu coração de bolso fica pronto! Também poderá borrifá-lo com um pouco do seu perfume habitual para que ainda fique mais personalizado.
  •  Pode fazê-los em várias cores para que possa ter sempre muito Amor extra para dar. 

Fonte: Lisbon South Bay






Após a construção do coração entregue-o à/ao sua/seu filho, dizendo-lhe que todos os dias poderá levar o seu coração para a escola e que poderá agarrá-lo, olhá-lo, cheirá-lo ou lembrar-se dele sempre que quiser e assim, sentir a presença da mãe/pai.

Poderá acompanhar a entrega do coração com a leitura da história “Coração de Bolso”

Com regras e com amor, 









Roupeiros renovados

24.9.19
Este tempo incerto começa a dar vontade de espreitar as novas coleções. Inclusive já comecei a renovar os roupeiros. Por norma faço um reforço no início da estação Outono/Inverno e Primavera/Verão.

Depois vou comprando consoante alguma necessidade ou gosto mas a maior parte faço nos inícios de época. Confesso que cada vez menos tenho vontade de fazer compras, embora seja uma perdição todas as roupas de criança.

A escola "obriga-me" a esquecer jardineiras e o estilo mais clássico, que gosto tanto, mas durante o fim-de-semana não abdico desse estilo. Contudo ser prático e confortável assume cada vez mais o  lugar na hora de escolher.

Gosto essencialmente de lisos ou alguns padrões simétricos. Os "bonecos" deixo para os pijamas e boxers. 

Para esta estação as minhas cores preferidas são o rosa pastel, mostarda, cinzentos e brancos e o clássico azul que já faz parte da nossa família há vários anos.

Já me falta muito pouco para dar por concluído os roupeiros. E por aí por casa já está tudo preparado para a receber a nova estação?

Zara 


1. Zippy 2. Kiabby 

Ser criança, mesmo por pouco tempo.

23.9.19
Por vezes dou por mim a pensar se deixo os meus filhos serem "simplesmente" crianças. Na nossa vida de adultos, das nossas ambições de querer que sejam mais e mais, sinto que fica para trás o mais importante.

Os dias são preenchidos pelas várias atividades que lhes proporciono.

Com o FM as atividades são mais controladas mas com o T há alturas que sinto que lhe "roubo" algo.

Por ter consciência da importância da estimulação para o seu desenvolvimento faz-me encher-lhe os dias com a escola, terapias e ainda algumas atividades que ache importantes.

Os dias são preenchidos ao máximo. Não sei se é o certo ou é o errado mas foi o caminho que tracei à cinco anos.

É um esforço familiar e financeiro que se faz em prol de um bom desenvolvimento que a seu tempo acredito que valha a pena.

Mas até lá é este misto de sentimentos. Há alturas que sinto que lhe roubo parte da sua infância. Contudo é a sua realidade desde sempre.

Toda sua adaptação incrível aos seus horários "malucos" faz-me admira-lo ainda mais.

Sinto muitas vezes no seu olhar o seu cansaço mas mesmo assim continua a lutar só "mais um pouco" por algo que não se consegue medir. São muitas lágrimas de cansaço que muitas vezes lhe caiem daquele rosto.

É um caminho duro e que por vezes tem de ser ajustado e negociado para o seu bem estar. Um caminho feito de vitórias, alegrias mas também com algumas frustrações e lágrimas. É um caminho, e tudo isto faz parte.

Talvez por isso seja tão liberal com os meus filhos, não gosto de os sentir enclausurados na sua própria casa, gosto sim de os sentir livres e com liberdade de expressão.

Não me importo que espalhem todos os seus brinquedos pela casa (mesmo quando só quero ver tudo arrumado), que pintem as paredes, que brinquem à chuva, que pintem os seus corpos com o arco arco-íris pois é nesse malabarismo que os sinto, e que os vejo como crianças!

Gosto de lhes dar a natureza e o ar puro. Gosto que construam as suas próprias memórias. Gosto que caíam e que se levantem. Gosto que a água do banho venha castanha e que deixem as pisadas pelo nosso chão de madeira.

Gosto apenas que sejam crianças mesmo com a falta de tempo deles.





Dar Vida aos Dias

19.9.19

Ontem tive oportunidade de crescer como pessoa e como mãe.

Fui convidada pela Comissão Europeia, no âmbito da iniciativa InvestEU para conhecer o Kastelo, a primeira unidade de cuidados paliativos e continuados pediátricos da Península Ibérica.

Este grande projeto foi criado pela Enfermeira Teresa Fraga. Uma pessoas altruísta, que vestiu a camisola da forma mais profunda que existe, não se resumindo apenas às obrigações e deveres da sua profissão indo muito mais além, juntamente com a Comunidade Europeia, com 77 messenas (empresas) e com os Portugueses construiu um projeto feito de AMOR!





E foi graças à Comunidade Europeia que se conseguiu erguer uma casa abandonada numa casa para todas as famílias com filhos com doenças crónicas.

Acho que nunca conseguirei passar para o papel o que vi e o que vivi ali. Foi uma hora e meia que mais pareceu um dia tal foi a intensidade.

Trouxe comigo aquelas crianças no coração, foi tão forte, que pouco ou nada dormi esta noite, só a pensar em como a nossa vida pode transformar-se em segundos.

Vim de coração cheio, não pela realidade que encontrei mas por todo aquele projeto humano. Nunca vi condições iguais àquelas, um lugar que tinha tudo para ser triste não o é, ali respira-se vida, dedicação, entrega e um esforço humano fora de série.







Cruzei-me com terapeutas com um brilho especial no olhar, sentia-as felizes e realizadas. Com mães com olhares tristes, daqueles que se sente que a vida lhes fugiu das mãos mas com a garra e força necessária para continuarem em frente, a lutar pela dignidade dos seus filhos.

Vi um Pai a tocar viola para a sua filha, olhando-a nos olhos e com uma dor profunda por ver a sua filha presa à vida. Jamais esquecerei este olhar. Que olhar...sabes daqueles que vêm do coração...




O olhar deste pai...
Troqueis palavras com pequenos guerreiros, dei abraços e beijinhos e foi tão bom.

Para o Kastelo não existem deficientes mas sim pessoas diferentes e tudo o que se faz ali é com esta visão.

Uma realidade que ainda é tabu na nossa sociedade, que fazemos questão de fingir que não existe e quando nos cruzamos com ela chamamos-lhe de "coitadinhos". O que para mim, são tudo menos isso, são crianças e jovens que merecem que lhes olhemos nos olhos sem penas e que acreditemos no seu potencial mesmo que aparentemente não apareça que existe possibilidades.

Aquelas famílias merecem ser respeitadas, encorajadas e não "marginalizadas" pela diferença porque essa apenas está nos olhos de quem a quer ver.

Mãe, não quero ir para a escola!

17.9.19
Nunca foi difícil deixar o T na escola, sempre o senti feliz. Foi mais complicado para mim pois passei semanas com um aperto no coração por não o ter em casa mas a seu tempo fui-me tranquilizando.

Mas com o FM está a ser tudo ao contrário e se para mim é difícil ver um filho a bater asas, senti-lo a não querer sair do ninho ainda custa mais.

Não tem sido um começo fácil, ele sofre por ir eu sofro por o deixar. E assim estamos os dois!

É uma dor enorme deixar um filho a chorar, olhar para trás e ver a sua mão estendida, a pedir para voltar, deixa-me sem ar. Não tenho chorado com lágrimas mas em silêncio.

Fico apática e completamente bloqueada durante o dia, só com aquele choro na minha cabeça.

Sei que depois acaba por ficar bem, eu própria já o vi tranquilo mas ainda não consegui ver o seu brilho no olhar e isso não me deixa (ainda) tranquila.

O professor e a auxiliar têm sido incansáveis, com ele e comigo pois a minha vontade de o ver já me levou a estragar tudo.

Mas é mais forte que eu, preciso de o ver, de o sentir para ganhar oxigénio.

Já lhe levei o Mickey para o aconchegar na sesta e a sua chucha (só para dormir) mas mesmo assim não tem sido fácil.
Até ao T já foi pedir consolo. Não vi, mas já me disseram que o FM chorou agarrado ao T e que ele  acabou por o reconfortar com "palmadinhas" nas costas.

Passou o fim-de-semana todo a dizer que não se queria vestir, porque não queria ir para a escola. Ainda hoje ao acordar foi a primeira coisa que me disse.

Falo com ele, dou-lhe a mão e vai comigo, sempre com a esperança que naquele dia tudo será diferente. Mas quando chega o momento de o entregar, aquelas lágrimas começam a cair como se o tivessem a truturar.

Ai Deus... não é fácil!!

Mas quando o vou buscar é como se algo o iluminasse, larga tudo e vem a correr para os meus braços e não me larga mais.

Com isto tudo tenho sentido o seu comportamento a alterar dia para dia, como se tivesse a querer chamar a atenção, começou a fazer birras (enormes), desobedece ao que lhe dizemos e está muito mais eufórico.
Há dias que me parece que apenas está a chamar a atenção.

Embora o T e o FM irem juntos para a escola,  pouco se cruzam, quando chegam a casa vêm com sede um do outro e esta casa quase vira um circo.

Este Setembro não está fácil e eu já só sonho com Outubro.

É uma mãe louca com estes horários entre escola e terapias, é a adaptação do FM e o comportamento destes dois que está em ponto rebuçado.

Túnica | Match Babies&Kids
Fotografia | Centrimagem 



Mãe UBER

13.9.19
Voltar às rotinas nunca é fácil.

É sinónimo de voltar aos horários, ao trânsito, às mil e uma obrigações do dia a dia e consequentemente para o stress do dia a dia.

Setembro, o mês de (re)começos, de adaptações aos novos horários da escola e às terapias, no nosso caso.

Chega-nos tudo ao mesmo tempo, fica tudo embrulhado. É olhar para todas as atividades e horários que temos, respirar fundo e começar a montar o puzzle de forma a garantir que tudo caiba em 24 horas.

Que desafio! Chega a ser duro este "tetris".

Existe tanto por fazer e o tempo não estica. É preciso rigor, disciplina e uma grande responsabilidade para que nada falhe!

É isto que senti com a nova dinâmica familiar, entre trabalho, escola, terapias e atividades extra curriculares.

Tenho passado os meus dias na estrada, sinto-me a "mãe Uber". Passo o dia a ir levar e buscar, ora é um que tem natação, ora é outro que tem de terapia. Vou à escola três vezes ao dia, levo-os, vou buscar o T levo-o para casa para dormir e depois para a terapia, mais tarde vou buscar o FM e já no fim do dia volto a ir buscar o T à terapia.

Entre o tempo "livre" não vão mais que cinco horas e não seguidas. Nesse espaço dou mama, cuido da MC, trabalho no computador e ainda vos escrevo.

Houve alturas que me senti sem energia e já sem força de pegar no carro. A semana acaba hoje e eu mais parece que fui atropelada por um camião com este "regresso às aulas".

A logística está organizada, agora é só mesmo arranjar fôlego para esta correria deste ano lectivo que já podia acabar mas só agora começou.




A serenidade alcançada com o terceiro filho

12.9.19


Incrível como o terceiro filho nos dá uma tranquilidade nunca sentida antes.

Atrevo-me a dizer que estou a viver um dos melhores momentos da minha vida. Talvez porque o terceiro filho nos deixa saborear a maternidade em pleno, sem medos e dúvidas.

Se no primeiro filho vivemos o momento com dúvidas, medos, inseguranças e uma complicação que só uma mãe de primeira viagem conhece. No segundo é toda uma logística familiar que se altera, deixam de chegar só os braços de uma mãe ou de um pai para serem precisos os quatro. Ali viramos equipa e vivemos um cansaço inigualável.

No terceiro, os medos e as inseguranças se dissipam por completo, a equipa já está formada, os filhos mesmo com idades pequenas já estão ligeiramente maiores o que torna também toda a logística mais fácil. Restando-nos saborear cada momento, sem dramas e dramatismos, sem complicações e com um paz interior que só a experiência e o tempo nos dão.

É incrível!! Atinge-se uma paz interior fora de série. Daquelas que duvidamos que alguma vez se possa atingir. Vivemos nas nuvens e com medo que este sonho acabe, mas dois meses já passaram e a sensação é cada vez melhor.

A maternidade consegue ser o maior desafio para uma mulher, para o casal e para uma família. É uma vida que se altera por completo em prol de um "pedaço de gente" que chega para nos ensinar o que é viver. São emoções e sentimentos vividos da forma mais crua que existe e a nossa ansiedade muitas vezes faz com que não vivamos o momento em pleno. Quando olhamos para trás aquele bebé que não nos deixava dormir e nos fazia os braços doer de tanto colo, cresceu!

E é com esta noção, maturidade e com base nas experiências anteriores enquanto mães que nos faz viver sem pressas, se chora, consolamos com calma, se tem cólicas fazemos massagens sem dramas, se as noites são complicadas, vivemos com sono mas eternamente gratas, se quer colo, vivemos com eles agarrados a nós como se de Coalas se tratassem, mesmo que isso implique que deixes tudo por fazer. Sabemos de antemão que o colo não pode esperar mas tudo o resto tem uma vida para ser feita.

E as opiniões alheias deixam de fazer sentido e passam a ser cantigas para os nossos ouvidos.

É aqui a grande diferença! Vivemos a maternidade de uma forma serena, sem pressas pois a experiência já nos mostrou que tudo isto é efêmero.

Sinto que nunca fui tão feliz e que de alguma forma nunca tinha atingido o pico da felicidade até então.

Está a ser das experiências mais ricas e melhores da minha vida! Ser mãe de três é simplesmente maravilhoso.

Look | Matchy MatchyBrincos | Jaybee

Colares | Miss M




Fotografia | Centrimagem 

Quando o oxigénio falta

11.9.19
O FM é uma criança muito dependente da família. Preocupado em proteger o irmão de uma forma intuitiva e ao contrário do seu aspecto reguila (que é, e muito) é de uma meiguice extrema.

Sabia que a sua ida para a escola tinha tudo para correr bem mas também para correr mal. E ao segundo dia posso dizer que estamos no meio termo.

Começou a escola feliz, comportou-se lindamente, respeitou as regras e teve sempre atento a tudo o que se passava à sua volta.

Quando o fui buscar continuava feliz e hoje ao acordar não houveram dramas por ir para a escola. Com a sua timidez reguila foi ter com o professor e senti que ficou tranquilo.

Embora com o coração apertado fiquei bem pois senti-o igualmente bem. O pior aconteceu quando fui buscar o T (com o novo horário e por estar numa sala de cinco anos deixa de ter sesta e como isso iria comprometer o rendimento na terapia vou buscá-lo a seguir ao almoço para que possa descansar e depois leve-o à terapia).

Subi as escadas, tudo escuro ainda da sesta, e enquanto esperava para falar com o professor vejo uma criança a sair da sala em minha direcção a chorar, era o meu bebé grande! Mamã, Mamã, casa. Gelei e segurei aqueles 20kgs nos meus braços. Oh meu filho!

Ali sem ar, os dois, eu por o ver assim e o FM porque não queria ficar ali.

O professor disse-me que embora tivesse corrido tudo bem, hoje já tinha perguntado mais por mim.

Ontem não tinha lançado foguetes porque sei que há crianças que nos primeiros dias corre tudo bem e passado uns dias começam a chorar por irem. Por isso achei por bem dar tempo ao tempo sem grandes expetativas.

Vamos ver como corre! Amanhã é outro dia... Mas é certo que esta adaptação custa-nos imenso. Aqui não há quem sofre mais, sofremos os dois, cada um à sua medida.




A escola, os filhos e o coração desta mãe

10.9.19
Algum dia o meu bebé grande tinha de bater as asas...

Por mais que me custe (e custa muito) estava mais que na idade para conhecer o mundo com outros olhos, sem a sua bolha de amor a que estava habituado a viver.

Podia ser daquelas mães descontraídas mas não. Posso ser muito descomplicada e tranquila em muitos assuntos mas ver os meus filhos a crescer é algo que me inquieta e me deixa desconfortável e sem ar.

Foi assim que o entreguei hoje ao mundo. Com o coração a bater fora do peito, a tentar gerir as emoções, as minhas e as dele.

Ele nervoso, sem perceber bem se aquilo era apenas uma brincadeira como tantas as vezes foi quando ia buscar o mano ou se aquilo era mesmo sério.

Brincar ao mundo imaginário era o que queria e as coisas foram tomando uma proporção maior no momento em que teve de ir enfrentar todos os meninos que daí a adiante fariam parte do seu dia a dia.

Dei-lhe abraços, beijinhos e a mão. Transmiti-lhe a segurança necessária para ir, mostrei-lhe que tudo estava certo e que ele ficaria bem mesmo que no meu coração se passasse tudo ao contrário.

Sorria por fora e chorava por dentro.

Ganhei coragem, dei-lhe o ultimo beijinho e aí virei costas e saí. As lágrimas escorriam pela minha cara mas ao mesmo tempo convencia-me que faz parte da vida.

Fiquei sem oxigénio! É duro vê-los bater as asas.

Só queremos que cresçam mas quando os vemos assim desprotegidos da nossa asa ficamos meio "tontas", sem norte, como se algo nos faltasse.

Gostava de ser mosca só para o ver e para que ele me sentisse ali mesmo que não me visse.




Já o T foi todo feliz, foi o rever os amiguinhos, a professora e a auxiliar que tanto gosta.

Uma sala nova, com alguns amiguinhos novos e com um ritmo próprio de uma sala de 5 anos. Um horário ambicioso para uma criança que tanto tem que fazer depois das actividades escolares.

Vai ser um ano valente, cheio de disciplina e que será doseado dia após dia consoante as suas necessidades.





Hoje a casa ficou mais vazia, com um silêncio que chegou a fazer confusão. Não há brinquedos para arrumar, nem birras para dosear. E eu sinto-me assim meio perdida.

Bom ano para todas as mães!!












O Amor no seu estado (mais puro)

5.9.19
Medo!!

Medo que não aceitassem a mana por algum motivo...

Medo que a nossa vida ficasse voltada do avesso...

Medo dos ciúmes...

Medo das possíveis birras...

Medo que me fugissem das mãos....

Medo de não ser capaz lhes dar a atenção suficiente...

Medo... Este sentimento que tantas vezes nos "mata" por dentro e nos impede de sermos felizes.

Por vezes passamos uma vida sem arriscar, sempre com a sombra do medo e deixamos a felicidade passar-nos à frente dos olhos.

O T e o FM deram-me a maior lição de Amor no seu estado mais puro pois têm sido os melhores irmãos do mundo.

Adoram-na e ela tão pequenina já é louca por eles. Passam o dia agarrados a ela, a dar beijinhos a falar e a cantar para ela e ela sempre atenta a ouvi-los.

É uma boneca nas mãos deles, e assim que chora largam tudo para a acalmar e até a chucha lhe levam.

Por vezes fico atrás da porta a saborear este sentimento tão puro e tão verdadeiro!

Até ao momento não existem ciúmes, não regrediram e nem à maminha voltaram. Ao contrário de tudo o que pensava receberam a mana de braços abertos sem medos de ficarem sem o seu espaço nesta família de "loucos".

Não é a falta de ciúmes, das chamadas de atenção ou de não terem regredido que me faz feliz e  orgulhosa mas sim sentir que eles tão pequeninos sabem o seu lugar nesta família. Que o seu "eu" tem uma identidade própria e um papel átivo na nossa casa e que todos juntos formamos uma única palavra: família!

Almofada com os nomes
Bandeirolas
Ternurinhas de Pano