Em tempos já tinha
escrito sobre o assunto de como é ter um filho, que tipo de coisas temos de fazer, o que vamos deixar de fazer (como dormir), como vamos dar de comida, como se muda uma fralda, se vamos ter jeito para as coisas, entre tantas outras dúvidas que nos surgem. Estas sempre foram as perguntas que os meus amigos mais me fizeram pois sentiam-se em pânico porque tinham um filho a caminho e não sabiam se seriam capazes.
A minha resposta era sempre a mesma: "não te preocupes, as coisas vão resolver-se por si e vais adaptar-te facilmente, não é nenhum "bicho de sete cabeças"".
E embora seja um clichê não podia deixar de ter o típico discurso "é a melhor coisa do mundo, vai compensar todo o cansaço e trabalho que terás. E quando receberes no final do dia um sorriso e um beijinho do teu filho faz com que todas as horas de sono valham a pena. As duas horas que ele demorou a comer a sopa porque estava a fazer birra porque queria ver desenhos animados na televisão ou a fazer birra porque queria comer um chupa assim que acordou, deixa de ter importância assim que ouvimos "desculpa pai" e nos dão de seguida um abraço.
Outra das perguntas que mais me fazem é "como é ter três filhos" ou então afirmam que sou "maluco por ter ido ao terceiro".
Vou então esclarecer uma coisa, o ditado: "Quem tem dois tem três" é mesmo verdadeiro. O choque não é do segundo para o terceiro, mas sim do primeiro para o segundo, a partir do momento que há o segundo filho, nós pais temos de estar 100% disponíveis porque só a mãe ou o pai a estar com dois filhos sozinho é muito complicado.
Principalmente se falarmos de filhos com idades muito próximas, que é o meu caso.
Por isso se tiveres coragem para ir ao segundo, não se preocupem que ir ao 3º é "piners" como diz o meu amigo Jorge Jesus.
Como escrevo pouco no blog estou a tentar abordar vários assuntos que sinto que possa ajudar outros pais por falta de informação online (existem muitos blogs de mães mas blogs com a visão do pai são poucos ou quase nenhuns).
Como pai de três, acho que já tenho experiência para outros pais que se possam sentir em pânico e sem saber o que fazer. Confesso que até já pensei em ter um blog só para falar sobre o que o pai sofre, para dar o meu olhar de como é ser pai de um, de dois ou até de três filhos.
Sem duvida que mãe é mãe, e são a coisa mais importante, com o maior peso na responsabilidade de “criar os filhos” mas sinto que o papel do pai é muitas vezes desvalorizado (pode ser porque poucas pessoas falam sobre o assunto, não sei... mas é o que sinto).
Mãe é mãe, mas pai também é pai. Ambos têm, embora diferentes papéis, diferentes responsabilidades. É o conjunto dos dois que dá o equilíbrio necessário à criança. A grande diferença para mim é que o pai nasce menos preparado, talvez pela falta de informação que escreve à pouco. Portanto se eu ajudar pelo menos um pai a ser melhor, já fico feliz.
Mas voltando ao início sobre quando me perguntam "como é que nos preparamos para ser pai" ou "é difícil ser pai", além de tudo o que já mencionei, percebi há pouco tempo que me faltou sempre dizer o mais importante aos meus amigos.
É engraçado perceber que as perguntas andam sempre à volta da responsabilidade, se vamos saber fazer as coisas, das fraldas ou se vamos ser capazes para educar.
mas...
Amigos, há um coisa que não te preparam para quando és pai, é o
Medo...
Se achamos que sabemos o que é ter medo ou pânico antes de ter um filho então quando temos um filho esse medo duplica cem vezes. Admito que só percebi a verdadeira palavra do medo quando tive filhos. A partir do momento que temos um filho, temos a "coisa" mais importante da nossa vida diante de nós. E vivemos atormentados com o facto que algo lhes possa acontecer. É este o verdadeiro o sentimento, pois o medo atormenta-nos.