É preciso ACREDITAR!

30.8.17


Assim que o T nasceu abracei-o com a minha maior força e ali fiquei a olhar para aqueles olhos que deixavam a suspeita da sua trissomia no ar.

Ainda sem certezas jurei-lhe que tudo faria para que ele fosse feliz, nem que para isso tivesse que ir ao fim do mundo.

Assim que tive a confirmação da sua trissomia não quis perder tempo pois sabia de antemão que o tempo era o seu principal inimigo, era importante arregaçar as mangas e começar a dar-lhe as terapias necessárias para que ele desenvolvesse dentro do padrão "normal".

Tinha muito presente na minha cabeça, (e ainda tenho) que quanto mais ele estivesse ao nível das crianças "normais" mais aceite ele seria na sociedade.

Atualmente o T faz 6 terapias, é preciso gerir muito bem o tempo, faz com que eu muitas vezes ande de um lado para o outro mas quem corre por gosto não cansa.

Mas independetemente de todas as terapias que o T faz, sei que o mais importante é que ele seja criança. E disso não abro mão!

Jamais quero roubar-lhe a sua infância, desde que chego a casa até ao seu deitar, brincamos (muito) , rimos ainda mais e por vezes lá vai um "ralhete". Ao fim-de-semana não existem terapias, à excepção da Natação, são dias onde brinco com ele da mesma forma que brinco com o Baby FM.

Agora com o começo da escola, conciliar tudo vai ser algo ambicioso. Embora a escola seja muito importante, não quero descurar das suas terapias pelo menos até aos 6 anos que é o período de maior desenvolvimento de uma criança.

Numa consulta de rotina com o T, onde inevitavelmente falámos das terapias que o T faz, a médica com o seu ar pragmático e insensível conseguiu "deitar por terra" todo o nosso esforço familiar em dar ao T o que achamos ser o melhor para o seu desenvolvimento.




É um facto que quantidade não significa qualidade mas todas as terapias que o T faz têm um objetvo claro e todas elas se complementam pois acredito que não existem terapias infalíveis mas sim um conjunto de várias que as tornam infalíveis.

É importante que nós pais sonhemos, penso que todos os pais sonham pelos seus filhos, tenham eles "problemas" ou não.

Agora é importante que ninguém destrua por completo os sonhos dos pais.

As terapias existem porque são importantes e não porque sim, existem para ajudar os nossos filhos a desenvolverem competências sejam elas quais forem.

Saí desta conversa triste e até revoltada pois como é que alguém se atreve a dizer que as terapias não vão fazer nada ao meu filho e que ele está condenado ao seu cromossoma extra?!?

A pergunta que mais fiz a mim própria foi "Se fosse com o seu filho, não fazia de tudo para que ele tivesse uma vida "normal?"

Pois bem, não sei o que faria mas eu sei que farei tudo. Nem que para isso tenha que mover montanhas mas do que depender de mim o T vai ter a oportunidade de se desenvolver de uma forma o mais normal possível.

É um facto que existe coisas que ele demora mais tempo, e aí? Não é um cromossoma extra que lhe deve traçar o destino mas sim a sua pessoa.

Uma coisa eu tenho a certeza o T tem um mundo aos seus pés , mas para isso é preciso acreditar nele!








4 comentários:

  1. Uma pediatra a desmotivar a estimulação??? Há cada vez mais pediatras que deviam trabalhar num talho. Já apanhei vários talhantes, tanto no particular como no SNS... É triste porque os pediatras deveriam ter maior sensibilidade...
    Continuem com as estimulações, porque mal não faz. E é por mentalidades conformistas que as famílias não recebem apoios financeiros nenhuns para dar acompanhamento às crianças.
    Força...

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    1. Também sou dessa opinião. O pediatra deve ser o maior conselheiro e "amigo" doa pais.
      Nós iremos continuar sempre pois acredito na sua importância.
      Obrigada pelo carinho :)
      Grande beijinho

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  2. Estou chocada com o que a pediatra disse, como é possível alguém, ainda mais uma profissional de saúde na área infantil, proferir tál afirmação. Continuem sempre a estimular o T, acompanho o blog e dá para perceber que as terapias só o têm ajudado. A estimulação é boa com ou sem cromossoma, eu tenho dois filhos, nasceram os dois sem qualquer tipo de "problema", com isto não estou a dizer que ter um cromossoma a mais o seja, muito pelo contrário, a mais velha sempre falou muito e cedo, o irmão tem 3 anos e só diz meia duzia de palavras, faz terapia da fala. Continuem a ser os pais maravilhosos que são sempre. Infelizmente a sociedade está formatada para comentários desses.

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  3. Eu também tenho um irmão com tressemia 21, mas não é por isso que irei deixar de gostar dele, só o que eu não gosto é que parte da nossa sociedade não os aceita, como os colegas da escola que apontão o dedo ao meu irmão, estas crianças são iguais a qualquer outra mas são especiais!

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