Uma tomada de consciência

5.1.17

Ontem cheguei a casa já tarde de uma reunião e ainda com algum trabalho pendente, dei um beijinho aos meus filhos, e meti-me no computador a responder a e-mails urgentes que pediam uma resposta minha.

O T já tinha jantado e já andava pela casa a fazer das suas, mas sentiu que eu não estava a dar a devida atenção que ele queria. Então fez de tudo para me chamar, ora gritava, ora dizia mamã, ora chegava junto a mim e pedia colo, e eu sempre a sorrir mas a olhar para o computador. Cada vez mais tentava falar comigo, até que me fez algo que me deixou sem palavras e com vontade de fechar o computador naquele preciso momento.

Ainda vos escrevo perplexa com a sua atitude, depois de todas as tentativas falhadas de captar a minha atenção, pegou no meu queixo e fez-me virar a cara para ele, com a chamada de consciência "que ele estava ali".

Posso garantir-vos que no imediato fechei o computador e abracei-o tanto, pois devia-lhe um pedido de desculpas.

Naquele preciso momento percebi o quanto os nossos filhos precisam de nós, da nossa atenção. Hoje em dia com o avançar dos anos e consequentemente da tecnologia é impossível não trazer trabalho para casa, pois o nosso telefone e computador esta sempre ligado ao e-mail.

Por um lado é ótimo por outro torna-nos escravos, faz com que deixemos escapar a infância dos nossos filhos entre os dedos, pois muitas vezes um e-mail a caír ou mesmo uma simples partilha de um amigo no facebook leva-nos muitas vezes a abdicar daquele minuto com os nossos filhos.

Há dois anos que ando a tentar abstrair-me do telefone quando chego a casa mas têm sido uma missão um pouco ou quanto difícil. A curiosidade em saber quem enviou o whatsapp, um e-mail ou até mesmo uma chamada muitas vezes fala mais alto.

Talvez porque achamos que temos todo o tempo do mundo para estar com eles, mas na realidade os anos passam e consequentemente eles vão crescendo e vão deixando de precisar do nosso aconchego.

Estou melhor, mas sei que ainda tenho que melhorar. Ontem foi sem dúvida o maior gesto que o T me podia ter feito, uma consciência que eu já sabia mas que ainda não tinha medido as suas consequências.












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2 comentários:

  1. Adorei...pela veracidade da situação.deixamo nos levar mas n devia...já vou o espetáculo de Marta Gaultier? Pessoas estranhas ...

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  2. Não mas vou ver :) Em tempos vi um dela e adorei!!

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