As mães também falham!

21.6.18
Isto de ser mãe, é mais que um ciência exata. Não existe o certo ou o errado. Os dias são feitos de instinto, de certezas e de muitas incertezas.

Por vezes achamos que estamos a caminhar na direção certa até que percebemos que o caminho que achávamos ser certo não ser o mais acertado.

A vida é isto mesmo e ninguém disse que educar e cuidar de um filho era tarefa fácil, é muito mais que mudar fraldas e alimentar.

Ser mãe aprende-se todos os dias mais um bocadinho, aprende-se com bons momentos, com  lágrimas e com avanços e recuos.

E hoje tive consciência que falhei redondamente!

Ter um filho com necessidades especiais na escola não é fácil, sei por outros pais que já passaram por esta experiência que o caminho é feito de muita luta e de muitos altos e baixos mas o meu positivismo eleva-me sempre a pensar que tudo vai dar certo.

Este ano foi talvez o mais desafiante para nós, o ano de mudanças, o ano em que o T entrou na escola, onde tive que adaptar vezes sem conta o seu horário, onde tive de estabelecer prioridades e muitas vezes baixar os meus objetivos em prol do seu bem estar.

Tenho um equipa multidisciplinar a trabalhar diariamente com o T, cada terapeuta tem a sua visão, a sua forma de ensinar e não é fácil gerir cada metodologia e unir todas numa só.

Foram feitos vários pontos de situação, ou melhor eu fui fazendo entre elas, o tempo nem sempre abona a nossa favor e não é fácil reunir sete terapeutas numa sala, eu consegui fazer duas (a segunda será amanhã) mas hoje tomei consciência que não foi o suficiente.

Na consulta com a psicóloga de desenvolvimento, percebi que a comunicação devia ter sido mais eficaz entre todas, que faltaram trocas de informações entre elas, que ficaram coisas para trás, que podia ter sido mais diretiva, que podia ter dado mais de mim, e que acima de tudo que devia ter estado mais atenta.

Houve coisas que concordei e outras que nem tanto mas a minha falta de experiência fez-me acreditar e confiar e esse foi o meu problema.



Percebi que falhei redondamente! Bem lá no fundo já tinha tido essa consciência mas talvez não a quisesse sentir e dava desculpas para mim própria, até que hoje fui confrontada com tudo o que temia.

São muitos olhos, muitos braços, muitos corações a trabalhar num objetivo comum. Criar equipas não é fácil, é preciso estarmos todos no mesmo barco, caminhar numa só direcção e a falta de comunicação pode arruinar tudo.

Uma coisa tomei como certo, sou eu a mãe, sou eu que tenho de ir à luta e sou eu que tenho de exigir feedback, sou eu que defino o que é certo e o errado.

A vida é feita de aprendizagens e só a errar é que crescemos e percebemos o mundo à nossa volta.

Este ano foi o primeiro, foi o ano da descoberta, mas para o ano não há desculpas. Vai haver luta, vai haver feedback e não irei ceder ao que acho certo para o seu desenvolvimento.

O novo ano começa já em Setembro e amanhã é dia de debater todos estes assuntos numa mesa cheia de mulheres que admiro mas amanhã serei eu a ditar as regras do jogo!







6 comentários:

  1. Andreia tenho a certeza que fez o melhor pelo Tomás durante este ano... Claro que às vezes achamos que podíamos ter feito melhor... Como em tudo na vida! Mas acredito que em consciência durante este ano fez o que para si seria o melhor para o seu filho! É uma grande mulher e admiro a sua garra e força! Sigo o seu blog desde o início, identifico-me com a sua história porque tenho uma amiga que passou pelo mesmo que a Andreia! Beijinhos e força ����

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  2. Gostava tanto de a conhecer pessoalmente . É das mães mais genuinas , mais especiais que conheço . O T tem tanta mas tanta sorte em ser seu filho . Continue assim , vai no caminho certo.onde há amor , há tudo. Beijinho aos 4

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  3. A Andreia é uma excelente mãe, que tem a maior motivação do mundo, o amor pelos seus filhos.Como mãe de dois filhos digo lhe com toda a certeza, falho todos os dias, desde que fui mãe, e todos os dias tento ser melhor mãe, e penso em modificar o que penso que errei, porque não há maior crítica que nós mesmas, faz parte da nossa tarefa como mães,querer sempre o melhor pelos nossos filhos. Não somos perfeitas, não tenciono ser, o meu objectivo é ter a certeza que os meus filhos sintam, saibam e cresçam sabendo que os amo muito e que faço o melhor de mim, mesmo que amanhã sinta que talvez pudesse ter feito de outra forma. Um beijinho grande

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