O Amor em 24 Horas

9.4.20
Para uns um desafio, para outros uma oportunidade. É tudo uma questão de perspetiva e de ver o copo meio cheio ou vazio.

Agora mais que nunca é que as relações se unificam e fortalecem, mas isto só acontece se o passado tiver bem cimentado.

Pouco ou nada pensei sobre o assunto. Não houveram medos, nem expetativas. Afinal este era o homem da minha vida.

Os dias têm passado e neste momento já contamos com 29 dias sempre juntos, vinte e quatro horas sob vinte e quatro horas.

A última vez que tínhamos vivido desta forma intensa, éramos ainda uns miúdos mas mesmo assim nunca foi tanto como agora.

Felizmente sempre tivemos muitas ajudas e nunca sentimos aquele desgaste que tanto se fala, sempre nos organizamos de forma a termos os nossos momentos, os de família e os para connosco próprios. Sempre respeitamos o espaço um do outro e sempre confiamos. Na verdade acho que são estes um dos nossos segredos.

Mas de um momento para o outro ficamos apenas só nós, o nosso núcleo duro.

Nem todos os dias são fáceis, como em tudo existem dias bons e outros menos bons. Há dias que me aborrece tê-lo ali tão perto de mim e tão longe ao mesmo tempo porque está em teletrabalho. Outros em que ele acorda bem cedinho e me deixa dormir mais um bocadinho. Outros em que estamos em silêncio e que falamos apenas com os olhares.

Mas se haviam dúvidas, hoje posso afirmar que somos uma grande dupla porque isto de estarmos a viver desta forma tão intensa mostrou-nos que somos mesmo uma grande equipa e que somos o equilíbrio um do outro. Quando o outro cai, o outro levanta-se. Temos sido os melhores amigos possíveis. Rimos, gritamos e respiramos juntos.

Não planeamos nada, muito menos falamos sobre o assunto mas de uma forma muito natural ajustamo-nos ao momento. Nunca serão as palavras a comandarem mas sim a nossa sensibilidade e o nosso coração. É a nossa emoção, o nosso sal e a nossa pimenta que elevarão sempre o AMOR.

Quem já estava forte, mais forte fica mas acredito que as relações que estavam fracas acabem por quebrar porque não é fácil viver a este ritmo alucinante.  São muitas emoções, muitas incertezas e medos num tão curto espaço de tempo.

O meu respeito e angustia vai para as vitimas de violência doméstica que se vêm neste momento confinadas num único espaço com o agressor.

E agora só entre nós. Assim que isto acabar, eu e o meu marido vamos entregar os nossos filhos aos avós e fugir dois ou três dias porque precisamos de brindar a este desafio que até ao momento foi superado.

Afinal de contas foi como disse há nove anos: Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Todos os dias da nossa vida.








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