As crianças de hoje serão o Adulto de amanhã

27.5.21

Ontem a notícia sobre bullying assombrou os telejornais nacionais, comoveu, revoltou e alertou para uma das maiores realidades de uma sociedade egocêntrica, mesquinha e com falta de empatia pelo próximo.

E aquela criança que acabou atropelada por ser vitima, de umas miúdas cruéis que alimentam o seu ego através da fraqueza do outro, podia ser o meu filho Tomás, o meu filho Francisco e a minha filha Constança. Podia até ser um sobrinho meu!

E só por isso já é revoltante o suficiente! Felizmente que em criança, nunca vivenciei o bullying, na primeira ou terceira pessoa.

Mas até à bem pouco tempo vi o meu filho Tomás (aqui), na festa de Natal, a ser gozado por uma criança que se divertia a tirar-lhe o gorro de Pai Natal vezes sem conta, enquanto ele dizia que não. E sabem que mais? Ninguém viu os quis saber... E só eu sei o que senti naquele momento.

Lembro-me de ter cegado, de ter deixado de ouvir o meu lado racional, e ter corrido até ao encontro daquela criança e de o ter avisado olhos nos olhos que se voltasse a fazer aquilo eu estaria ali. 

Sei que foi "só" um simples gorro, mas tudo na vida começa assim, de forma tímida até tomar proporções incontroláveis. É tal como a violência doméstica!

E perdoem-me, mas a culpa não é só daquela criança, que tem mau íntimo, acredito que ninguém nasce mau, os nossos filhos são reflexo do que vêm.

Não é aceitável ver pais a encorajar a troça só porque é divertido e faz rir os outros, ou até bater porque o importante é ser o que dá. Já ouvi isto! E isto para mim é repugnante...

Mostra a pobreza da nossa sociedade!

Que este menino que ontem se viu frágil e vulnerável nas mãos daquelas raparigas, seja a voz de um dos maiores flagelos da educação.

Como mãe tenho medo, para não dizer muito medo, do que se avizinha. Sei que temos de estar atentos para não permitir que estas situações aconteçam. Não é normal bater ou gozar para humilhar. Não é uma "simples" brincadeira! E vai muito mais além do é que ser criança.

Mas a responsabilidade não é só dos pais, também é importante que a escola esteja atenta para esta realidade. É preciso intervir e alertar. Não é a fechar os olhos que isto acaba.

A criança de hoje, é e será o adulto de amanhã. Chegou a hora de construirmos um mundo na base do amor e respeito!

Pode-se desculpar o agressor porque é criança mas a vítima também o é, e essa mesma criança vulnerável ficará com marcas incalculáveis na sua forma como vê o mundo.

Hoje foi aquela criança, aqueles pais a sofrer, amanhã pode ser um de nós.

Por mais Amor!




















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