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Um futuro incerto

 Os tempos não estão fáceis e não tendem a melhorar.

As notícias que nos chegam são de instabilidade e voltaram para nos assombrar. A possibilidade de uma segunda vaga ainda pior que a primeira, um Natal à porta, o nosso sistema de saúde, a saúde dos nossos e dos demais, os nossos empregos e a nossa vida entregue ao acaso. É assustador!

As medidas voltaram a apertar e a nossa liberdade começa-se a dissipar.

Olho para trás e vejo o que os meus filhos perderam e que continuam a perder diariamente. A Maria Constança embora super estimulada pelos irmãos, nunca foi a um teatro ou musical ou a um simples parque infantil. Na rua não vê muito além de máscaras e isso assusta-me.

Tão pequenina e com uma realidade tão distante dos velhos tempos.

Um ano que começa a preparar-se para acabar e outro que espreita na incerteza.

As escolas estão diferentes. A forma de ver a vida também e se antes era bom brincar na rua, hoje receia-se pelo vírus.

A partilha deixou de fazer parte do nosso vocabulário e isso assusta-me cada vez mais.

Os abraços e os beijos verdadeiros são como água no deserto e isso é assustador, pelo menos para mim.

Assusta-me verdadeiramente esta nova geração. 

Assusta-me sair de casa com medo de contrair o vírus e ainda mais de ser a responsável para passar para as pessoas que mais gosto.

É um medo maior pela incerteza de um mundo que está a mudar e que nos está a roubar o que de mais valioso temos, a liberdade e os afetos.

Cabe a nós pais dosear comportamentos mas com equilíbrio, sabendo que todas as nossas escolhas terão consequências para o futuro dos nossos filhos.

Hoje celebra-se o dia Mundial da lavagem de mãos e nunca foi tão importante como agora explicar aos nossos filhos a sua importância.

Que nos mantenhamos todos seguros e que em breve voltemos a abraçar a vida tal como ela merece.






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